quinta-feira, 4 de abril de 2019

FRANGO XADREZ

FRANGO XADREZ


INGREDIENTES

2 colheres (sopa) de azeite de oliva

2 cebolas médias cortadas em cubos

2 dentes de alho esmagados

500 g de filé de frango sem pele e cortado em cubos

sal a gosto

1 pimentão verde cortado em cubos

1 pimentão vermelho cortado em cubos

1 pimentão amarelo cortado em cubos

1 xícara (chá) de cogumelos em conserva cortados ao meio

1/4 xícara de molho shoyu

1 colher (sopa) de maisena

1/2 xícara (chá) de água

2 colheres (sopa) de amendoim torrado


MODO DE PREPARO

1. Em uma frigideira ou panela grande, misture a metade do azeite de oliva, a cebola, o alho e deixe fritar.

2. Retire e coloque em um prato.~

3. Na mesma panela, coloque o sal, o restante do azeite e frite os pimentões e os cogumelos por 5 minutos.

4. Retire e despeje em outro prato.

5. Ainda na mesma panela, coloque o frango e frite até dourar.

6. Coloque todos os ingredientes novamente na frigideira, misture bem com uma colher de pau e refogue por mais 2 minutos.

7. Em uma xícara, misture o molho shoyu, a maisena e a água.

8. Mexa bem e junte a mistura de frango.

9. Cozinhe, mexendo constantemente, até formar um molho espesso.

10. Coloque em uma travessa, polvilhe com amendoim e sirva quente.

Quem Somos

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Receita a Jato é um coletivo apaixonado por culinária. Acreditamos que cozinhar é uma arte e uma das maiores declarações de amor que se pode dar a alguém. Venha fazer parte dessa comunidade! Não deixe de visitar o nosso blog, compartilhe o nosso conteúdo nas redes sociais. Esse papo me deu fome, bora lá cozinhar?

sábado, 20 de janeiro de 2018

Morre o papa da gastronomia francesa | Chef Paul Bocuse, morre aos 91 anos

Morre o papa da gastronomia francesa | Chef Paul Bocuse, morre aos 91 anos



Muito antes de os chefs de cozinha se tornarem superstars, competindo por estrelas, disputando prêmios internacionais de gastronomia e espaço na programação das emissoras de TV com o mesmo ânimo, houve Paul Bocuse. Considerado o chef do século pelo The Culinary Institute of America, em 2011, o francês morreu aos 91 anos, informou, no Twitter, o ministro francês do Interior e ex-prefeito de Lyon, Gérard Collomb. O chef  Paul Bocuse inspirou a animação “Ratatouille” (2007). As informações são do site francês L´Express .

"Paul Bocuse está morto, a Gastronomia está de luto. Monsieur Paul, era a França. Simplicidade e generosidade Excelência e arte de viver. O papa da gastronomia nos deixa. Que nossos líderes, em Lyon, como nos quatro cantos do mundo, cultivem os frutos de sua paixão. " , escreveu o governante, que foi presidente da Câmara de Lyon, cidade natal do conhecido chef, que mantém ali o seu restaurante L'Auberge du Pont de Collonges, distinguido com três estrelas Michelin. "O papa da gastronomia deixou-nos", acrescentou. Bocuse, que sofria do Mal de Parkinson, morreu em seu restaurante de Collonges-au-Mont-d’Or, vilarejo perto de Lyon, na região centro-leste do país, contou um chef lionês próximo à família.

O chef  Paul Bocuse inspirou a animação “Ratatouille” (2007). 
Nascido a 11 de Fevereiro de 1926, o chef iniciou-se na cozinha a pedido do pai, Georges Bocuse, dono do restaurante da família em Lyon. Georges perguntou ao amigo Fernand Point se aceitaria o filho em sua cozinha. Diante da recusa do chef, Paul Bocuse decidiu bater à porta de Point sem se identificar. Conseguiu a vaga de ajudante de cozinha no La Pyramide, em Vienne, às marges do Rhône. Da experiência com Fernand Point, Bocuse aprendeu a escolher os melhores ingredientes, os mais frescos, preparando-os de modo a ressaltar as suas qualidades. A tal simplicidade que, mais tarde, ele, Jean e Pierre Troisgros, Michel Guérard, Roger Vergé, Alain Chapel e Paul Haeberline transformaram na Nouvelle Cuisine. A família Bocuse cozinha em Collonges-au-Mont-d’Or, ao norte de Lyon, desde o século XVIII. Mas foi o avô do chef, Joseph, quem vendeu o restaurante e a marca Bocuse a um russo, Borisoff. O pai de Bocuse montou seu restaurante a 100 metros do original. Em 1959, Paul Bocuse assumiu a cozinha, com ele veio a primeira estrela Michelin. Com a fama e o dinheiro, ele conseguiu reaver a antiga propriedade da família, onde montou o restaurante Auberge du Pont de Collonges.


O termo Nouvelle Cuisine foi criado em 1969 pelos críticos Henri Gault e Christian Millau, comparando a cozinha de Bocuse e outros chefs com a Nouvelle Vague, movimento que reuniu jovens cineastas franceses como François Truffaut e Jean-Luc Godard. Mas Bocuse nunca se referiu à Nouvelle Cuisine como um movimento da gastronomia, arquitetado por jovens chefs. Essa era a sua maneira de cozinhar, resultado do que aprendeu, de suas experiências.


Mais de 50 anos após a sua inauguração, o Auberge du Pont de Collonges não faz mudanças bruscas em seu cardápio. Bocuse prefere assim. Um clássico é a sopa de trufas VGE, servida pela primeira vez em um jantar oficial no Palácio do Eliseu. Daí vem o nome: VGE é uma homenagem ao presidente francês Valéry Giscard d’Estaing, que, mais tarde, entregou ao chef a medalha da Legião de Honra, mais importante condecoração do governo da França.

Em 4 de setembro de 1979, o hotel Le Méridien, em Copacabana, inaugurou o Le Saint Honoré, restaurante que tinha Paul Bocuse como chef consultor. Foi Bocuse quem trouxe ao Brasil o jovem Laurent Saudeau, que ao lado de Claude Troisgros, mudou radicalmente a gastronomia no país, a partir da década de 80. Em 1990, fundou o Instituto Paul Bocuse, um dos templos de aprendizagem da profissão, com sede em Lyon.

— Ele mostrou o quanto a cozinha é importante para o aspecto cultural de uma sociedade, do ponto de vista criativo e de usar os produtos locais dentro de uma gastronomia sofisticada — comenta Laurent.


Hoje, o nome Paul Bocuse batiza um prestigioso concurso de gastronomia, o Bocuse D’or, além de um grupo com restaurantes cinco restaurantes em Lyon (além do Auberge du Pont de Collonges, são cinco brasseries: Le Nord, l'Est, Le Sud e l'Ouest) e o Chefs de France, restaurante dentro do pavilhão francês no Epcot Center, na Disney. No comando deste está o filho de Bocuse, Jerôme. O Auberge tem três estrelas no guia Michelin há mais de 40 anos ininterruptos, um recorde.


Em sua biografia “Fogo Sagrado”, lançada em 2005, Bocuse revelou que manteve relacionamentos com três mulheres ao mesmo tempo, em países diferentes — com conhecimento das respectivas. Teve filhos com duas delas. No livro, ele afirma que há muito em comum entre a comida e o sexo: “Nós temos apetite pelo outro, devoramos com olhos,” escreveu.


No aniversário de 80 anos de Bocuse, outro grande chef francês, Alain Ducasse, reuniu uma constelação de cozinheiros no Hôtel de Paris, em Mônaco, para prestigiar o chef do século. Foi um final de semana de festividades à mesa, com 80 chefs presentes, incluindo Ferran Adrià e Yannick Alléno.


A saúde do chef que inspirou a animação "Ratatouille" (2007) fraquejou com o Parkinson, mas ele não perdeu o bom humor. Em 2014, por exemplo, se submeteu a uma complicada cirurgia e, ao se recuperar, disse à sua mulher: "Querida, fui bem-sucedido na vida, mas fracassei na morte". "A vida é uma piada. Portanto, é preciso trabalhar como se fôssemos morrer com cem anos e viver como se fôssemos morrer amanhã", disse certa vez o chef.


Fonte: L´Express

domingo, 21 de maio de 2017

PANQUECA DE BATATAS

PANQUECA DE BATATAS






INGREDIENTES

4 batatas descascadas e raladas
2 ovos
4 colheres (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
2 colheres (sopa) de leite
1 colher (café) de sal
1 punhado de salsinha picada




MODO DE PREPARO

1.Numa tigela, colocar os ovos e bater ligeiramente, juntar a metade da manteiga, a farinha, o leite e mexer bem.
2.Juntar as batatas , a salsinha picada e o sal. Misture tudo
3.Numa frigideira, colocar o restante da manteiga, acrescentar a massa de batatas e deixar no fogo brando até dourar.
4.Virar e dourar o outro lado.
5.Sirva quente.


Tempo de preparo: 30 minutos

Rendimento: 5 porções

domingo, 14 de maio de 2017

ARROZ DE LINGUICINHA AO FORNO

ARROZ DE LINGUICINHA AO FORNO





INGREDIENTES

300 g de linguicinha fina;
3 xícaras de chá de arroz cozido;
1/2 unidade de molho de folhas de manjericão;
1 cebola média picada;
1/4 de molho pequeno de folhas de salsinha;
1 copo de requeijão cremoso;
1 lata de tomate Pelati;
1/2  copo leite;
Azeite de oliva a gosto;
Pimenta-do-reino a gosto;
Sal a gosto.








MODO DE PREPARO

1.Espete a linguiça fina com um garfo e despeje numa panela com água fria;

2.Coloque a panela no fogo e, depois que levantar fervura, tire a linguiça da panela, escorra e corte em rodelas. Reserve;

3.Aqueça a panela e refogue as cebolas com o azeite de oliva, o manjericão, a salsinha, as linguicinhas e os tomates. Depois, tempere tudo com o sal, a pimenta-do-reino e refogue por 5 min. Reserve;

4.Bata o leite com o requeijão no liquidificador e reserve;

5.Misture o arroz cozido com o requeijão e com o refogado de linguiças;

6.Coloque o arroz em um refratário e leve ao forno por 15 min;

7.Sirva o prato quente.

sábado, 6 de maio de 2017

SEM SABOR: Destruição ambiental torna escassos itens típicos da culinária de AL

SEM SABOR: Destruição ambiental torna escassos itens típicos da culinária de AL




Ação predatória do homem e a falta de planejamento para o crescimento das cidades são apontadas como causas para o problema


A gastronomia alagoana está ficando mais pobre. Com o desmatamento, a degradação, a caça e a pesca predatórias, além do crescimento desordenado das cidades, animais e frutos que são a base de pratos típicos do estado estão, aos poucos, desaparecendo. Antes abundantes, frutas como o ouricuri, a mangaba e o umbu não mais são encontradas tão facilmente. Animais também estão sumindo das lagoas e mangues - ecossistemas tão maltratados pelo homem - a ponto de a pesca ser proibida ou permitida apenas de forma restrita, como é o caso do caranguejo Guaiamum. A devastação está levando consigo não só os elementos da fauna e da flora, mas retirando o sabor de iguarias da culinária de Alagoas.

O problema já existe há algum tempo, mas vem se agravando, a ponto de os empresários que trabalham no ramo precisarem comprar matéria-prima de outros estados para conseguir produzir as delícias da culinária alagoana. É o caso do Engenho e Restaurante São Lourenço, localizado na cidade de Água Branca, que tem como matéria-prima para suas receitas diversos elementos típicos do Sertão. Um deles é o ouricuri, tipo de coco que serve como base para a fabricação de um sorvete que é um dos carros-chefes da casa. 


Fabricada de maneira artesanal, assim como todos os produtos comercializados no estabelecimento, a sobremesa tem um sabor marcante e é bem aceita pelos clientes. O gerente de marketing Igor Brandão conta que o doce é produzido há sete anos e já se tornou tradicional na localidade. Com uma dificuldade cada vez maior para comprar o ouricuri em grande quantidade, ele explica que esse é o único prato que tem o coquinho como base, apesar de que ele poderia ser usado em muitas outras iguarias - como na fabricação de cocadas. 



Brandão diz que o fruto é geralmente comprado nas feiras-livres da região, mas às vezes, com uma quantidade limitada disponível, surge a necessidade de trazê-lo da cidade de Paulo Afonso, na Bahia. "A produção em Alagoas é derivada da agricultura familiar de subsistência. O ouricurizeiro é cultivado por famílias quilombolas em Água Branca, que além de comercializarem os frutos, também utilizam as palhas da planta para produção de artesanato. Algumas vezes, já compramos essa matéria-prima da Bahia porque não encontramos quantidade suficiente por aqui", explica.

Especialistas apontam como causas do problema a expansão imobiliária e a atividade de pasto, que têm ocupado os espaços que antes eram das palmeiras - planta que estava presente em todo o litoral de Alagoas, além da Região do Agreste, Médio Sertão inteiro e parte do Alto Sertão. Típico de solo arenoso, o ouricurizeiro é muito usado na confecção de produtos artesanais, fato que também tem contribuído para o seu desaparecimento, pois a retirada das folhas para este fim e para a confecção de vassouras tem diminuído a produção de frutos.

Como se todos esses problemas fossem poucos, há ainda a seca prolongada, que tem feito com que as folhas do ouricuri - planta bastante resistente à períodos de longa estiagem - sejam dadas como alimentos para o gado, o que interfere diretamente na produção dos coquinhos. Para se ter uma ideia, em boas condições, um pé de ouricuri chega a colocar de 2 a 3 mil frutos por ano. Com a retirada das folhas, esse quantitativo cai para, no máximo, 200 cocos.

Além de servir de base para produção de algumas delícias, o ouricuri ainda cumpre um papel importante no bioma da caatinga, no qual está inserido. Ele serve de alimento para espécies de aves, como araras e papagaios, mantendo um ecossistema equilibrado. Com o seu desaparecimento, esses animais também tendem a sofrer as consequências.






Ecossistemas nativos estão sendo substituídos 

A professora de Ecologia e Meio Ambiente da Universidade Federal de Alagoas, doutora em ecologia e recursos naturais, Flávia Moura, confirma o desaparecimento gradual de algumas espécies de plantas utilizadas na culinária do estado. Segundo ela, a substituição de florestas e ecossistemas nativos pela agricultura de subsistência é uma realidade em Alagoas que tem contribuído para o desmatamento de espécies antes bastante comuns.

Além destes problemas, a especialista reforça ainda que em Alagoas falta incentivo por parte dos órgãos governamentais no sentido de se criar cooperativas que possam fomentar o beneficiamento da produção destes alimentos. "A quebra do ouricuri, por exemplo, é feita toda manualmente. Aqui em Alagoas não existe um maquinário específico para isso. Se houvesse um investimento público ou privado para se fazer uma máquina de quebrar coco, como a que existe na Bahia, esses catadores teriam este produto beneficiado rapidamente e eu tenho certeza que ele voltaria para o mercado com mais força", analisa.


Flávia destaca necessidade de um plano de manejo para proteger as espécies da Flora alagoana




O sabor doce e ácido da mangaba também está comprometido


Assim como o ouricuri, a mangaba tem se tornado menos frequente no litoral alagoano, onde costumava ser abundante. E não precisa ser especialista para perceber que algo está fazendo desaparecer esses frutos que têm como características o doce e, ao mesmo tempo, a acidez - que rendem um suco delicioso. Basta observar as banquinhas de frutas à beira da estrada, em especial na Região Norte de Alagoas, onde elas eram protagonistas. Agora, dificilmente, aparecem por lá.
Os motivos da escassez são semelhantes aos que têm feito o ouricuri sumir: o crescimento desordenado das cidades e a falta de uma cadeia produtiva de beneficiamento da fruta. Um produto que antes era visto em toda a extensão do litoral alagoano agora chega a ser trazido de Sergipe para Alagoas. Além do suco com sabor único, a mangaba também é muito utilizada para fazer compotas, geleias e sorvetes naturais.
Em Sergipe, o governo estadual incentivou a criação de cooperativas, deu assistência técnica para que as pessoas se organizassem, fez plano de manejo e criou legislação para que as catadoras tivessem livre acesso aos pés de mangaba considerados frutos do extrativismo -  produtos que por lei, mesmo dentro de uma propriedade particular, pertencem a qualquer pessoa que possa coletá-los.
"A mangaba pode ocorrer em todo o litoral de Alagoas, mas está desaparecendo por conta da expansão imobiliária. Na Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Rita, na Região Sul, por exemplo, você vê as mangabeiras sendo derrubadas para dar lugar a conjuntos habitacionais e condomínios. Os órgãos ambientais não têm se dedicado a proteger estes ecossistemas naturais. Os planos de manejo e de zoneamento da APA de Santa Rita demoraram muito para ficar prontos e lá é uma área de expansão com pressão política muito grande para ocupação", critica a ecologista Flávia Moura.
Suco feito com a mangaba agrada aos diversos paladares
De acordo com ela, ambientalistas têm tentado frear a ocupação em alguns pontos da APA, mas os condomínios estão aparecendo em todos os lugares. "Estão passando por cima da legislação e com a autorização dos órgãos competentes, que deveriam fiscalizar, mas que na verdade estão liberando licenças, desconsiderando, inclusive, alguns posicionamentos da própria Universidade, quando somos consultados", lamenta.

De acordo com o Instituto do Meio Ambiente (IMA), a implantação de empreendimentos inseridos na APA de Santa Rita acontece após a manifestação do gestor da unidade de conservação e é preciso que haja conformidade no zoneamento do processo, que é encaminhado para a Gerência de Licenciamento (Gelic), responsável por fazer a análise técnica acerca da viabilidade da implantação. A fiscalização é feita pelo técnico do IMA responsável pela APA, como também pode ser realizada pela Gerência de Fiscalização e Monitoramento (GEMFI).
Após a supressão da árvore, seu plantio é difícil. A mangabeira é uma planta considerada baixa - em média atinge cinco metros - e seu crescimento é lento. Dela, além do fruto, pode-se extrair o látex, utilizado na confecção de borracha. No entanto, devido à baixa produção do material, a retirada da matéria-prima da borracha é inviável economicamente, principalmente se comparada à seringueira. 
"Tanto o ouricurizeiro quanto a mangabeira estão sendo destruídos para dar lugar a construções urbanas. Quando um ambiente natural é devastado, dificilmente ele se recupera, afetando assim a flora e a fauna, causando desequilíbrio no local, já que estes frutos servem de alimento para os animais que circulam na região", afirma Moura. 
Para ela, além desta perda direta na natureza, o descaso com essas plantas que dão frutos tão importantes tem deixado de lado a oportunidade de transformar estes alimentos em produtos que movimentem a economia de maneira sustentável. A professora acredita que seria possível a criação de uma cadeia produtiva capaz de gerar renda, preservar as árvores, valorizar os produtos e manter a cultura regional. 


Umbuzada é um prato muito apreciado pela população do Sertão

Umbu e caju também tiveram produção reduzida em Alagoas

De forma menos agressiva, o umbu e o caju também tiveram suas produções reduzidas em Alagoas nos últimos anos, o que acende um sinal de alerta de ambientalistas e estudiosos do assunto. 
"Estamos acompanhando a redução significativa de algumas espécies. De dois anos pra cá, por exemplo, percebemos uma diminuição da produção de caju no estado. E com o umbu, que é típico da região do Sertão, não é diferente. A parte nativa do ecossistema tem dado lugar a imóveis. E se não se trata de uma área de reserva, fica difícil proteger e evitar a devastação", ressalta a curadora do Herbário MAC do Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Alagoas, Rosângela Lyra. 
Ela conta que não existem estudos científicos que comprovem a diminuição do número de frutíferas dessas espécies, mas destaca que o mercado é o reflexo do plantio. Se o caju não é achado mais tão facilmente nas bancas de frutas, algo errado está acontecendo. 
Além do suco e do doce, do caju também é extraída a castanha, que quando torrada, dá um toque especial a pratos antes considerados comuns, como saladas. Deliciosas, elas também são muito recomendadas por nutricionistas, que a indicam como lanche aos pacientes que buscam uma dieta mais equilibrada. O detalhe é que as castanhas comercializadas em Alagoas vêm de outros estados, como o Rio Grande do Norte, já que a produção de caju nas cidades alagoanas é insuficiente para dar conta da demanda. Fato que encarece o preço do produto, que chega a custar em média R$ 60,00 o quilo.  


Pés de umbu estão desaparecendo no Sertão de Alagoas


Já o umbuzeiro é uma planta típica do Sertão, bastante tolerante à seca e muito respeitada pelos sertanejos, que têm nela a fonte de energia e matéria-prima para o prato típico chamado umbuzada - mistura de umbu, leite e açúcar muito consumida na região. O umbu também é útil na medicina popular, que costuma aproveitar suas raízes para combater uma doença conhecida como escorbuto, caracterizada por hemorragia nas gengivas provocada por falta de vitamina C.
"O povo do Sertão sabe valorizar muito bem a natureza. Embora muitas destas árvores tenham sido cortadas para dar lugar ao pasto e à agricultura, o umbu é o fruto que corre um risco menor de desaparecer. É uma árvore que resiste muito bem a anos de seca, por armazenar bastante água em suas raízes, talvez por isso seja tida como uma representação do Sertão", informa a ecologista da Ufal.
Maria Odete destaca a importância do Umbu e diz que
quantidade do fruto diminuiu
Mesmo diante disso, a aposentada Maria Odete Xavier, 68 anos, moradora do Distrito do Tingui, em Água Branca, reconhece que muitas árvores, entre elas o umbuzeiro, diminuíram consideravelmente na localidade. O motivo? A substituição da mata nativa por pastos e roças. "Ainda tem a seca prolongada, que devasta a região. Muitos umbuzeiros não resistem à falta d'água e morrem", conta.
Ela diz ainda que o umbu sempre fez parte das refeições da família. "Com ele dá para fazer umbuzada, suco, doce, polpa e até geleia. Na nossa região, a maioria das famílias planta apenas para o próprio consumo e poucas vendem na feira", diz, ressaltando que o fruto não é comercializado em grande quantidade por causa da pequena produção.

População do caranguejo guaiamum diminui nos manguezais


Frutos do mar somem da natureza e dos cardápios

Mas não apenas os elementos da flora são afetados pelas condições ambientais precárias. Os animais também sofrem e desaparecem, deixando os seres humanos órfãos de iguarias insubstituíveis, como é o caso da pituzada. A pesca predatória fez com que o pitu - base para o prato que deixa qualquer um com água na boca -  entrasse para a lista dos animais ameaçados de extinção. A pesca desse animal agora é proibida. 
Crustáceo de água doce, o pitu sempre foi muito apreciado não só na culinária alagoana, mas em todo o Nordeste. Com a diminuição da população desses animais em locais como a Região do São Francisco, em Alagoas, a pesca acabou sendo vetada pelo Ministério do Meio Ambiente, como uma tentativa de preservar a espécie para que ela não desapareça por completo.
De acordo com a bióloga do Núcleo de Fauna do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Gabriela Gama, uma das causas do desaparecimento desses animais é a sobrepesca, ou pesca excessiva, que não dá margem para que a espécie possa se recompor. "O pitu era bastante encontrado na Região do São Francisco, mas hoje tornou-se raro", diz a bióloga para justificar o desaparecimento do crustáceo das mesas dos alagoanos. 

              Pituzada não está mais sendo comercializada em restaurantes
Assim também acontece com o caranguejo guaiamum, que chegou a ter a comercialização proibida em todo o país pelo Ministério do Meio Ambiente, que voltou atrás no final deste mês de abril e reconsiderou a decisão, permitindo que os machos da espécie possam ser pescados. As fêmeas e os filhotes, no entanto, não podem ser comercializados. O motivo da proibição? A diminuição do desembarque do crustáceo, ou seja, a redução do número de animais pescados em determinados períodos, o que significa a existência cada vez menor da espécie em seu habitat natural, os manguezais.
Gabriela Gama ressalta que, entre dezembro de 2016 e março de 2017, enquanto a proibição da pesca do animal independentemente do sexo estava em vigor, muitos foram os estabelecimentos autuados e multados em Alagoas pelos órgãos ambientais. Um exemplo do desrespeito às leis que visam à proteção das espécies, apesar de a multa ser considerada alta, no valor de R$  5 mil por cada indivíduo encontrado. No caso da captura em uma Unidade de Conservação, essa sanção sobe para R$ 10 mil por animal. 
"Não existe um plano de manejo sustentável da espécie e isso acaba dificultando tudo", ressalta Gabriela, que destaca ainda os riscos de desaparecimento de animais silvestres que são caçados de forma indiscriminada em diversas regiões de Alagoas, como é o caso do tatu. Ela lembra que a caça desses bichos é proibida e que existem criadouros autorizados a vender determinados tipos de carnes, como a de jacaré e do próprio tatu. "Quem quiser consumir um produto mais exótico deve procurar um vendedor autorizado, onde pode ser encontrada carne de procedência", completa.

Juliana Almeida destaca importância dos elementos da terra para a culinária alagoana




Identidade alagoana na gastronomia


Para a chef de cozinha Juliana Almeida, que usa muitos produtos da terra em seus pratos, a proibição da comercialização do guaiamum e do pitu refletem de maneira expressiva na gastronomia Alagoana. "São perdas que nos obrigam a procurar alternativas", destaca a profissional, ressaltando como características da culinária do estado a simplicidade e a rusticidade.

Juliana cita ainda a importância de valorizar os produtos da terra para trazer identidade para os pratos criados em Alagoas. 
"Usar produtos da terra é valorizar o que é nosso e trazer identidade à nossa gastronomia. Alagoas reúne um verdadeiro banquete de mar e lagoas que transformam a culinária local em algo atraente, sedutor e de sabores surpreendentes. Isso é uma referência local. Característica importantíssima na construção do formato gastronômico de cada região", pontua.
Fonte: GazetaWeb
Mulheres haitianas se formam em curso técnico de culinária no Univag

Mulheres haitianas se formam em curso técnico de culinária no Univag









Trinta mulheres haitianas se formam, na última quarta-feira (3), no curso técnico de culinária realizado pelo Centro Universitário de Várzea Grande (Univag) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nas aulas, essas mulheres aprenderam técnicas de panificação, comida brasileira, bolos e doces, comida regional e aproveitamento integral de alimentos.



Este curso técnico faz parte do projeto ‘Geração de Renda: Empoderamento e Meios de Vida com Mulheres Imigrantes’. Este é o primeiro projeto realizado pelo Univag em parceria com a OIT.

As aulas foram oferecidas por meio do curso de Gastronomia do Univag, na Cozinha Experimental da instituição. Nesta quarta (3), em cerimônia a partir das 17h, tidas as participantes receberão um certificado de conclusão do curso.

Bianca Pistorio, consultora da OIT, conta que foi feito um estudo para criar o curso técnico: “O projeto foi desenvolvido através de informações levantadas em processo de abordagem, presentes no diagnóstico socioprofissional com mulheres haitianas, tendo como objetivo geral combater o trabalho escravo e suas nuances. Contudo, elegemos como foco para esse projeto piloto, a geração de renda na área de culinária. O Univag, por ser uma instituição que valoriza a inclusão social, está sendo fundamental para execução deste projeto.  E para este grupo de mulheres haitianas, com essa crise econômica, é uma oportunidade de emprego, é uma luz para se recriar e gerar renda a partir dos conhecimentos na área gastronômica”.

Para Adriele Alexandra Paiva, coordenadora do curso de gastronomia do centro universitário, foi um prazer participar. “É gratificante para o curso de Gastronomia do Univag participar do desenvolvimento e execução desse projeto, colaborando com a inserção e valorização das imigrantes. Elaboramos as oficinas pensando em apresentar a cultura e comida brasileira, bem como produtos de panificação que possam ser destinados a comercialização”, disse.

Serviço

Formatura curso Técnica em Culinária- Mulheres Imigrantes (Hatianas)
Data: 03 de maio às 17h.
Local: Auditório 05 do Bloco D, no Univag – Av. Dom Orlando Chaves, n.º 2.655, Bairro Cristo Rei - Várzea Grande

Fonte: Olhar Direito
Sommelière de chás ministra curso sobre como usar a bebida na culinária

Sommelière de chás ministra curso sobre como usar a bebida na culinária




Raquel Magalhães é referência sobre o uso do chá na gastronomia - Agência O Globo / Paulo Nicolella



Raquel Magalhães vai ensinar receitas originais que levam infusão e ervas puras


A paixão pelo chá é antiga. Desde criança, Raquel Magalhães se encantava não só pelo sabor da bebida, como pelas louças e colheres. O interesse pela gastronomia, no entanto, surgiu há cerca de seis anos quando percebeu que estava se alimentando mal e decidiu fazer seu próprio almoço (bem mais saudável) em casa. Formou-se em sommelière de chás e, em outubro do ano passado, largou a consolidada carreira de administradora no mercado corporativo para estudar como aplicar chás à culinária. Hoje, Raquel é referência no tema. Neste sábado, vai ministrar o curso “Culinária com chá”, às 9h, no Jardim do Pão, em Botafogo.


Cheesecake vegana de bluberry com lavanda - Paulo Nicolella / Agência O Globo



— Todo mundo usa orégano para fazer um peixe assado, mas o que pouca gente sabe é que a erva seca do chá verde também é um ótimo tempero. Comecei a testar receitas e percebi que dava certo com a infusão e com a erva pura — conta ela, enquanto apresenta uma cheesecake vegana, a mesma que ensinará no curso, cuja cobertura leva lavanda.

Para Raquel, o hábito de tomar chá vem crescendo no país, mas ainda está muito longe do ideal, já que o brasileiro tem a cultura do cafezinho a qualquer hora do dia. Ela explica que, diferentemente do que muitas pessoas pensam, a erva do chá pode ser reutilizada pelo menos duas vezes em um mesmo dia sem perder o sabor. Além disso, cada bebida tem uma temperatura de água ideal, de 70 a 95 graus, e ela aconselha a não adoçá-la.



— No Japão, a água do bebedouro é quente para que as pessoas possam usar a mesma erva várias vezes para tomar chá. Aqui, não temos esse hábito e muita gente acaba reclamando do valor da erva. Para tomar, o ideal é que a bebida esteja pura, sem açúcar ou adoçante, porque eles tiram o sabor original.

No curso, que tem parceria com a Teashop, Raquel vai falar uma pouco mais da história dos chás e ensinar três receitas: salada verde com pêssegos assados e queijo azul com vinagrete de chá; risoto de shiitake com chá defumado; e a cheesecake vegana com cobertura de blueberry e lavanda.

SERVIÇO


Culinária com chá: Jardim do Pão — Rua Vicente Sousa 8, Botafogo. Das 9h às 13h. R$ 220.



Fonte : Jornal O Globo